TELÊ 90 ANOS: O INÍCIO DA PAIXÃO ENTRE SPFC E LIBERTADORES

Telê Santana estaria completando 90 anos se estivesse vivo. Crédito: Reprodução

São-Paulinos de plantão!

26 de julho de 2021 é um dia especial. Se estivesse vivo, o mestre Telê Santana estaria comemorando 90 anos. Para homenagear o maior técnico da história do Tricolor, contamos como nasceu o amor entre a torcida e a Copa Libertadores e a importância do treinador neste processo. Confira mais abaixo:

Hoje é inegável que nós, torcedores do São Paulo, vive um amor incondicional com a Libertadores. Sabemos que toda a vez que o clube joga a competição vem aquela esperança de vir grandes conquistas, além de uma empolgação que só quem já foi ao Morumbi para ver uma partida do torneio sabe como é.

 

O fato é que nem sempre foi assim. Quem trouxe essa identificação do Tricolor com o torneio foi o técnico Telê Santana e seu esquadrão de 1992. E o curioso é que, no início nem ele gostava tanto do torneio.

 

Na época, a Libertadores era vista como algo violento, onde as equipes batiam demais, as torcidas eram hostis e a maioria dos estádios era ruim, com péssimos gramados. Com tudo isso, o Mestre preferia dar prioridade aos campeonatos locais, tanto que na estreia da edição de 1992, escalou um time misto para jogar contra o forte Criciúma, em Santa Catarina, visando um clássico contra o Palmeiras.

 

INÍCIO TURBULENTO

 

A estratégia não caiu nada bem, já que veio uma derrota acachapante de 3 a 0. E não foi só isso! O então presidente do SPFC, José Eduardo Mesquita Pimenta, revelou em entrevistas para programas de TV que o São Paulo quase foi desclassificado da competição de 92, pois Telê estava dizendo que a Libertadores não era um torneio sério.


Telê e Raí comemoram o bicampeonato da Libertadores. Crédito: Reprodução
 

O mandatário comentou que conversou com o ex-técnico da Seleção Brasileira e o convenceu de se retratar de tais declarações. Além disso, afirmou que o clube tinha a intenção de ter uma projeção internacional e que, para isso, era necessário vencer a principal competição do continente.

 

Com os dois próximos jogos sendo na Bolívia, nas cidades de Oruro e La Paz, ou seja, em locais com grandes altitudes, era necessário que São Paulo e Telê mudassem a postura em relação ao campeonato. Dito e feito!

 

PAIXÃO LIBERTADORA

 

Depois de voltar das alturas com uma ótima vitória por 3 a 0, contra o San José, e um empate heroico em 1 a 1, contra o Bolívar, o time foi amadurecendo e a torcida começou a ganhar gosto pelo campeonato. A paixão realmente tomou conta no dia 17 de junho, logo após Zetti pegar o pênalti de Gamboa, do Newell’s Old Boys-ARG, e garantir o primeiro título sul-americano ao Tricolor.

 

A imagem da multidão de são-paulinos invadindo o gramado do Morumbi para festejar junto com os jogadores e a comissão técnica é um dos momentos mais impressionantes do futebol brasileiro. Duvida? Basta prestar atenção na forma que os clubes do país passaram a tratar a Libertadores a partir de 1992. De algo desprezado, virou a grande obsessão dos times nacionais.

 

Mas o importante é dizer que, aqueles mais de 100 mil torcedores celebrando naquela noite de inverno no Cícero Pompeu de Toledo, fizeram nascer um sentimento forte entre são-paulino e Libertadores.

 

Em 1993, esse sentimento só cresceu, ainda mais depois de uma das maiores exibições da história do clube. Sim, estou falando do primeiro jogo da final, contra a Universidade Católica-CHI, em que praticamente ganhou o bi no Morumbi, com uma goleada histórica por 5 a 1, com direito a gol de peito de Raí, de cobertura de Muller e uma série de defesas sensacionais de Zetti, em que pegou quatro bolas sensacionais, dentro da pequena área, num mesmo lance.

 

Tudo isso, com certeza, aconteceu graças a Telê Santana, juntamente com sua metodologia de treinamentos, obsessão em fazer com que seu time fosse o mais perfeito possível no campo e exigência em jogar um bom futebol.

 

Por isso, obrigado Mestre!


Vai, São Paulo!

 

 

 

 



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