São-Paulinos de plantão!
Que jogo! Que classificação! Na mesma data em que foi tricampeão da Libertadores (14 de julho de 2005), o São Paulo eliminou o poderoso rival Palmeiras de forma inacreditável e épica.
Nem Steve Spielberg teria pensado em um roteiro tão dramático, cheio de reviravoltas, com final surpreendente como este Choque-Rei. Até Raphael Veiga perder a cobrança de pênalti, aos 20 do segundo tempo, o triunfo do Tricolor era improvável.
Até então, o script era o mesmo da final do Paulistão, com começo de jogo apático do Tricolor, pressão dos donos da casa, dois gols relâmpagos, vantagem destruída em pouco tempo e um domínio amplo alviverde.
Luciano marca de pênalti contra o Palmeiras. Crédito: Marcos Ribolli
Depois do meia mandar a bola lá na avenida Matarazzo, a coisa mudou. E como mudou! O SPFC lembrou a causa de ser chamado de Clube da Fé, mostrou que a camisa é pesada e voltou para a disputa. Calleri, que foi o responsável pela marcação do pênalti palmeirense, teve frieza e cavou uma penalidade no melhor momento possível, logo em seguida do erro de Veiga. Luciano assumiu a responsabilidade e ressuscitou o SPFC fazendo 2 a 1 e levando a disputa para a marca da cal.
E é nesses momentos que nascem os ídolos! Não dá para cravar se Jandrei será realmente um grande ídolo (isso depende de muitos fatores), mas é inegável que o goleiro viveu uma noite de Zetti, Rogério Ceni ou Waldir Peres.
Com intervenções importantes durante os 90 minutos, o Camisa 93 se agigantou nos pênaltis ao pegar duas cobranças, sendo uma de um dos melhores batedores do país (o próprio Veiga).
É claro que o arqueiro não está no mesmo nível dos colegas citados acima. Ainda há um longo caminho para ser percorrido, porém, mostrou que merece respeito e um voto de confiança. Além disso, sua importância para o funcionamento tático da equipe, com sua habilidade de jogar com os pés, é fundamental.
Uma classificação para lavar a alma do são-paulino, ainda mais depois da humilhação no Estadual. Realmente, o 14 de julho não é especial somente na França (dia da queda da Bastilha, mas também no Cícero Pompeu de Toledo, o lugar onde a moeda cai em pé.
Estamos nas quartas da Copa do Brasil!
NOTAS:
Jandrei - Atuação de ídolo. Defesas importantes durante os 90 minutos e pegou dois pênaltis que colocaram o SPFC nas quartas. 10!
Diego Costa - Começou assustado, mas depois se acalmou e segurou bem o ataque adversário. 6,0!
Miranda - Também melhorou ao longo do jogo. 6,0!
Léo - No mesmo nível dos companheiros. 6,0!
Igor Vinícius - No momento mais crítico, bateu o pênalti indefensável, no ângulo. 7,0!
Gabriel Neves - Foi o mais lúcido do time ao longo do tempo normal. 7,5!
Rodrigo Nestor - Foi o pior da equipe. Tomou decisões erradas, errou passes importantes que geraram vários contra-ataques e ficou perdido em vários momentos. Mais uma vez mostrou que tem dificuldade para este tipo de jogo. 4,5!
Igor Gomes - Atuação discreta, mas no momento mais importante correspondeu de forma segura. Cobrou o pênalti que sacramentou o triunfo épico. 7,5!
Welington - Primeiro tempo ruim. Se acertou no segundo. 6,0!
Patrick - Não foi tão bem quanto nos últimos jogos. Não levou perigo para o adversário. 5,5!
Calleri - Sofreu com a falta de agressividade do ataque do SPFC. Mesmo assim, foi importante já que cavou o pênalti que ressuscitou o time e guardou o seu nas penalidades. 8,0!
Luciano, Nikão, Pablo Maia, Talles Costa e Luizão - Luciano perdeu sua cobrança nas penalidades, mas guardou nos 90 minutos, o que recolocou o time na disputa. 7,0! Nikão não comprometeu e também acertou sua cobrança. 6,5! Os outros três foram corretos. 6,0!
Rogério Ceni - Apostou na melhor escalação possível para a partida. Time começou mal e teve tudo para repetir o vexame do Paulistão Felizmente, a equipe não desmoronou, soube se recuperar e crescer no momento certo. 8,0!
Vai, São Paulo!
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